Na ânsia de agradarem às suas clientelas políticas, PCP e BE envolveram-se numa acesa disputa em torno do agravamento fiscal da tributação sobre o património que cada um quer negociar com o Governo de António Costa para o Orçamento de 2017. A classe média assiste ao despique, entre atónita e aterrorizada.
Depois de o Bloco ter anunciado, pela voz de Mariana Mortágua, um princípio de acordo para a criação de um novo imposto com incidência em património imobiliário de elevado valor, estando em equação a possibilidade de aplicação a imóveis com avaliação superior a 500 mil euros, o PCP contra-atacou. O deputado comunista Paulo Sá apressou-se a frisar, algo agastado, que o PCP está ainda a negociar com o Governo, no âmbito do OE para 2017, e que nada se encontra decidido em definitivo.
Em causa está o protagonismo mediático que cada um dos partidos quer ter para mostrar serviço às suas clientelas partidárias e potenciais eleitores. Os dois partidos de esquerda que suportam o Governo sempre defenderam nos seus programas eleitorais o agravamento da taxação sobre as grandes fortunas que, em seu entender, fogem ao fisco.
O PCP veio puxar dos seus pergaminhos e Paulo Sá recordou que o seu partido já em anos anteriores apresentou propostas (sempre rejeitadas) para a criação de um imposto sobre património imobiliário e mobiliário de elevado valor, “como forma de justiça fiscal”. Neste despique para ver quem é mais radical, se o BE pôs na mira de fogo os imóveis, o PCP pretende avançar para uma nova taxação das chamadas grandes fortunas – e, no que ao património mobiliário respeita, quer apanhar acções, participações sociais em empresas e genericamente todos os títulos de aplicações financeiras.
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