Sabem quando é que estaremos minimamente alinhados, em termos financeiros, com os nossos “parceiros europeus”? Será no dia em que a nossa classe média-baixa tenha capacidade para veranear, gozar férias condignas ou, até mesmo, gozar a reforma em qualquer outro país europeu do mesmo modo que eles também o fazem.
Sim, fico bastante contente por ver os nossos restaurantes, hotéis e locais de interesse, pejados de estrangeiros, ávidos de usufruírem do nosso sol, do nosso acolhimento e da beleza natural do nosso país. Apraz-me ver os reformados europeus comprarem casa no nosso país e gastarem os seus Euros e últimos anos de vida em Portugal, ajudando assim a nossa fraca e paupérrima economia.
Pois é, meus amigos! Mais prazer teria, se soubesse que os portugueses de todas as classes, teriam a mesma possibilidade de o fazer. Afinal, vivemos ou não o “sonho europeu”? Ou está reservado apenas à classe dirigente, que nos vendeu o sonho, mas só a própria dele pode usufruir? Muitas vezes penso que, como português trabalhador, se optasse por fazer o mesmo, só teria hipótese em Burkina Faso ou num país similar, assim como a maioria da população.
Recuso-me, determinadamente, a aceitar o facto de quererem fazer de Portugal e dos portugueses um país e um povo de prestadores de serviços, quase como se fôssemos o bordel da Europa, em que tudo se vende mediante o valor acordado. Não é isto que preconizo para as gerações futuras! Pois assim, em vez de orgulhosos portugueses, seremos escravos submissos.
O orgulho dos feitos de um passado heróico, não são suficientes para levantar o moral de uma população adormecida, numa realidade globalizada e sem fronteiras. Principalmente, se grande parte da mesma sobrevive na incerteza de conseguir suprir as mais básicas necessidades dos seus filhos ou, para o fazer, ser forçada a emigrar.
Outro dos indicadores do crescimento e amadurecimento de uma Nação, reside na forma descomplexada de que se fala, se sente e se pratica o nacionalismo! Um povo, no qual impera o receio e o medo de conceder primazia aos seus, é um povo cobarde, ultrapassado e em perigo de extinção. Só o nacionalismo tem a coragem de reclamar o que é de todos, respeitando a memória e a história, o sentido de comunidade e pertença, preservando o interesse colectivo e projectando-o num futuro comum.
Para mim, como nacionalista orgulhoso, quando me perguntam por que amo Portugal, apenas respondo: porque é o meu! É o país dos meus pais e o país onde nasci!
Mas até compreendo que a maioria da população não sinta a portugalidade como eu a sinto. Afinal, não basta evocar o passado e os factos heróicos. É preciso dar-se motivos concretos de orgulho no presente e proporcionar-se uma inabalável esperança para o futuro. É necessário criar-se boas condições financeiras para que a população se orgulhe dos seus governantes. É necessário que estes estejam à altura do cargo para que foram eleitos, sobretudo com estatura moral e encham de orgulho os seus eleitores. E é imprescindível que ambos se considerem partes de um mesmo corpo e comunguem de um único propósito!
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