Por esta altura já o Reino Unido deveria estar em colapso, a Escócia prestes a separar-se de Londres, a economia em ruínas, a monarquia abolida e os sete cavaleiros do apocalipse a passear pelas ruas da City. Isto, claro, segundo a campanha negra dos europeístas radicais. No mundo real, não só o Brexit está quase a acontecer sem grandes percalços, como agora várias agências financeiras dizem que a versão “saída imediata” sem negociações não será uma má opção para Theresa May.
O Reino Unido está de saída da União Europeia, e os federalistas europeus estão decididos a tentar travar o processo, ou pelo menos a torná-lo o mais difícil possível para os britânicos. Subiu de tom, como seria previsível, o chorrilho de ameaças e previsões catastróficas para o Reino Unido.
Nada a que os ingleses não estejam habituados. Antes mesmo do referendo, os ditos “especialistas” avisavam que a economia do país iria entrar em colapso assim que se votasse a favor da saída da UE. O voto aconteceu, o Verão passou e o desemprego no Reino Unido continua baixo, o mercado imobiliário continua forte, e o consumo aumentou. Tudo em contra-ciclo com a estagnação total que se vive na União Europeia, onde o desemprego continua elevadíssimo, especialmente entre os jovens, e o consumo em queda. As taxas de juro da dívida do Reino Unido continuam controladas, e o deficit foi reduzido em seis mil milhões de euros.
Para todos os efeitos, o Reino de Isabel II é um dos países mais prósperos e economicamente dinâmicos da Europa. A OCDE, cujo secretário-geral fez algumas previsões catastróficas sobre os impactos do Brexit, já veio a público admitir que não tinha acertado devido às acções rápidas e inesperadas do Banco de Inglaterra. Um comentário que acaba também por ser mais uma “bofetada sem mão” na União Europeia, pois cimenta a ideia de que o controlo da sua própria moeda permitiu ao Reino Unido manter a prosperidade.
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