13 de setembro de 2016

Os perigos que ameaçam a coesão política e social da Europa

O “Verão de amor” do politicamente correcto acabou: os povos europeus compreendem agora que as políticas de recepção e integração de refugiados e imigrantes falharam redondamente. Cansados de atentados terroristas, guetos muçulmanos, guerras de gangues nas grandes cidades e tentativas de afirmação territorial islâmica, os eleitores do Velho Continente parecem dispostos a abrir os braços a quem lhes garanta a preservação da identidade e a reposição da tão desejada ordem.
A rota seguida pelos camionistas é perigosa. Todas as noites estão sujeitos a serem atacados por bandos de meliantes sem lei. As empresas sugerem que eles não parem em nenhuma circunstância, não vão ser agredidos e a sua carga assaltada. Mas existe sempre o perigo de um obstáculo a bloquear a estrada, prelúdio de uma emboscada.
Não estamos, caro leitor, a descrever o cenário vivido numa zona de guerra, mas sim o que se vive na região de Calais, em plena Europa do século XXI. Perto desta cidade reside o que foi designado como “a selva”, um gigantesco campo que alberga mais de 10 mil imigrantes ilegais, todos com um destino em mente: o Reino Unido. São, tanto eles como os europeus que os olham com desconforto, vítimas de uma classe política sem capacidade para tomar decisões. Os governos da França e do Reino Unido não querem assumir a responsabilidade política de os acolher, mas tampouco se arriscam a melindrar os ruidosos movimentos ‘politicamente correctos’ com medidas de controlo ou deportação dos fugazes locatários da “selva”. Não importa que estes estejam a viver na mais tremenda miséria humana.
Deixados em regime de autogestão, os imigrantes ilegais planeiam todo o tipo de estratagemas para tentar atravessar ilegalmente o Canal da Mancha, geralmente recorrendo à violência contra os inocentes camionistas. Na segunda-feira, dia 5 de Setembro, a paciência destes profissionais chegou ao fim, e organizaram um protesto peregrino no sentido em que direita e esquerda, patrões e empregados estão unidos numa grande exigência: a “selva” tem de ser desmantelada e os seus habitantes colocados debaixo da autoridade do Estado.
Jean-Marc Puissesseau, director do porto de Calais, afirmou que “a estrada é tomada de assalto todas as noites pelos migrantes”, enquanto David Sagnard, o presidente do Sindicato dos Camionistas, questionou a classe política: “porque é que temos de arriscar a vida na auto-estrada para conseguirmos trabalhar?”, sublinhando que a situação “não é aceitável”. Um dia antes da manifestação, um grupo de três ingleses quase morreu quando o automóvel em que seguiam se despistou contra um camião, fruto das pedras e troncos que os imigrantes ilegais lhes estavam a atirar.
Todos tiveram de receber assistência hospitalar urgente, e este foi apenas um dos muitos casos de violência contra cidadãos europeus nesta região. “O tronco de árvore atirado contra o nosso carro, e que causou o despiste que quase nos matou, podia ter sido atirado a qualquer família que estava de viagem de regresso ao Reino Unido”, afirmou Ben Ellery, um dos sobreviventes do automóvel acidentado e jornalista do jornal britânico ‘Daily Mail’, notando que “as próximas vítimas podem não ter tanta sorte”. Todos os dias são tratados cidadãos europeus que receberam feridas ligeiras… que podem ser apenas ligeiras por agora.
A solução agora encontrada é mais um penso rápido: a construção de um muro em Calais pelas autoridades britânicas e francesas, com um pequeno custo total de 20 milhões de euros, para impedir o acesso dos imigrantes ilegais ao porto e à estrada de ligação à cidade. Poucos acreditam que vá ser uma solução realmente eficaz, e os camionistas continuam a ameaçar partir para a greve se “a selva” não for mesmo completamente desmantelada.

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