6 de outubro de 2016

Portugal a caminho de ser dos países mais pobres da Europa


De tanga? No pântano? Estes ‘chavões’ quase pertencem a tempos de bonança, quando comparados com a triste actualidade. Embora os políticos continuem a brincar com estatísticas há mais de 40 anos, a dura e crua realidade é que, quando se considera o custo de vida e a pesadíssima carga fiscal, os portugueses já vivem essencialmente com o mesmo dinheiro que os cidadãos do antigo bloco de Leste. Em alguns casos até com menos…
Portugal entrou na CEE e, durante algum tempo, brincou aos “países ricos”. Esse tempo acabou com a chegada do século XXI. Dezasseis anos de crise e estagnação significam que, descontada alguma inflação, os portugueses não viram grande melhoria nos seus rendimentos em quase duas décadas perdidas.
Mas enquanto Portugal estava parado e distraído a discutir baixa política e a construir auto-estradas desnecessárias, o resto da Europa continuou em frente.
Basta comparar. Em 1988, a Irlanda era designada como “o pobre dos ricos”. Nessa altura, até Portugal, já a beneficiar de dois anos de subsídios da CEE, superava consideravelmente o pequeno país anglófono. Hoje, os irlandeses são três vezes mais ricos do que os portugueses, e Portugal ostenta o lamentável título de país mais pobre da Europa ocidental. Da fronteira entre a Alemanha e a Polónia para Ocidente não existe nenhum país onde o ordenado, seja qual for a lógica estatística aplicada, esteja abaixo dos 1.500 euros por mês… excepto Portugal, a “aldeia gaulesa” da pobreza.
No entanto, quando se olha para o mapa económico mundial, Portugal não destoaria caso estivesse integrado no Leste europeu. Curiosamente, durante o tempo em andámos a brincar aos países ricos, acumulando de caminho uma brutal dívida, os países do Leste libertaram-se do domínio comunista e tiveram de transformar uma economia socialista planeada numa economia capitalista moderna. Ninguém diria, portanto, que Portugal teve décadas de avanço. Nos últimos anos, a situação ainda piorou mais: graças à bancarrota de 2011, durante o extravagante consulado de José Sócrates, os portugueses apenas viram os ordenados médios aumentar 13 euros entre 2011 e 2015, segundo dados do INE.

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