Vamos lá, porque anda por aí alguma confusão nalgumas mentes: do que tenho percebido, de todas as críticas que tenho lido, e até no que por aqui já se escreveu, está patente sobretudo uma coisa: cultura de exigência. A cultura que faltou ao Sporting desde há já muito tempo.
E essa cultura de exigência foi trazida de novo, precisamente, por Bruno de Carvalho. Foi ele que a recolocou no centro, foi ele que trocou Marco Silva por Jorge Jesus justamente por causa dela e do nível de compromisso.
A cultura de exigência tem de fazer, de facto, parte do dia-a-dia do clube. No futebol e nas modalidades, nas infraestruturas e na formação, na gestão e na relação com sócios e adeptos.
As críticas não pretendem, portanto – as que são feitas aqui não pretendem, de certeza – pôr em causa o trabalho realizado por Bruno de Carvalho e por esta Direcção.
Aliás, o trabalho é longo, extenso, hercúleo, e não se esgota nas prestações da equipa principal de futebol.
Mas a cultura de exigência não pode existir em função de outros clubes, não pode ter no centro o que fazem ou deixam de fazer outros clubes.
É uma cultura de exigência que deve ter apenas e só a ver com a grandeza do próprio Sporting. De exigir a todos os que representam o clube estarem à altura deste enorme clube.
Nem se pretende aqui que se troque de treinador ou sequer insinuar que Jorge Jesus deve sair.
Não. O que se pretende é constatar o que está à vista de todos. O plantel está mal estruturado, foi mal planeado, os “reforços” tardam em justificar a sua contratação, que prejudica também a afirmação e crescimento de jogadores bastante mais baratos e formados pelo Sporting.
Esta foi uma opção, supõe-se, exigida por Jesus e à qual esta Direcção, confiando em Jesus, decidiu corresponder.
Mas quem não está a corresponder ao esforço feito pelo clube é Jesus, ou a equipa de futebol comandada por Jesus.
É hora, portanto, de Bruno de Carvalho dizer a Jesus que se exigem resultados. E trabalho, muito trabalho. Conversas sobre árbitros, cansaço, plantel curto, não lutarmos com as mesmas armas dos outros, é o que tivemos nos últimos anos.
Este ano, pôs-se a carne toda no assador. A brasa (as expectativas) ficaram mais fortes que nunca. Começa a cheirar a esturro.
Dizer isto não é ser mau sportinguista. Não é dar trunfos aos adversários. Porque, lá está, estou a borrifar-me para o adversários e para o que eles dizem e pensam sobre o Sporting.
Dizer isto é olhar para dentro de casa e pensar apenas nos nossos problemas e naquilo que temos de resolver.
E o que temos de resolver é este berbicacho de termos investido fortemente num plantel que até ao momento parece incapaz de dar uma resposta à altura das expectativas criadas. Quem pode resolver isto? Só uma pessoa: Jorge Jesus.
Ou seja, para terminar: criticar é ver o óbvio e responsabilizar o responsável: Jorge Jesus, pago a peso de ouro para encontrar soluções. Responsabilidade. Cultura de exigência.
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