8 de maio de 2016

“Acordo Ortográfico”, obrigatório? Não!


Entrou em vigor no dia 13 de Maio de 2015 a alegada obrigatoriedade de se escrever conforme o “Acordo Ortográfico de 1990” (alegada, pois do ponto de vista legal esta obrigatoriedade já está a ser contestada).
Mas obedecer a algo tão aberrante é um perfeito acto de cobardia e de traição à nossa identidade e à nossa cultura. Um povo que maltrata assim a sua própria identidade torna-se um povo sem memória, sem História e sem raízes e, por isso mesmo, suicidário, já que se fragiliza voluntariamente, tornando-se presa fácil da dissolução patrocinada pelo mundialismo.
Inconfessáveis interesses estiveram na base das negociações humilhantes do AO-90, que mereceu logo a mais absoluta reprovação de grande parte da comunidade linguística e da maioria dos intelectuais. Foram pois sobretudo os políticos que teimaram em tal disparate.
A ortografia desta “língua” estranha, o “acordês”, estabelece uma clara quebra, sem pés nem cabeça, com as raízes etimológicas da nossa língua, deixando-a assim à deriva, sem critério e alvo fácil de todas as mutilações arbitrárias.
Por via deste Acordo Ortográfico, completamente irracional e anti-natural, que cortou, a torto e a direito o “c” e o “p”, os acentos e os hífenes, a língua portuguesa escrita tornou-se uma monstruosidade sem qualquer sentido nem ligação às restantes disciplinas da gramática.
Por exemplo, experimente-se ler em voz alta a seguinte frase escrita em “acordês”: “O espetador do ato de receção aos alunos, para para pensar nas palavras do diretor”.
Mas isto faz algum sentido?!
Afinal, este “Acordo” da discórdia apenas lança o caos e gera ainda mais iliteracia. Até os que sabiam escrever deixam de o saber.
Nunca ninguém explicou a estes políticos ignorantes e casmurros, e à meia-dúzia de intelectuais vaidosos que promoveram esta aberração, que a ortografia não se altera por capricho e estupidez, contrariando todas as regras e toda a lógica? Antes, ela deve ser regulada com sentido e sensatez, de acordo com a evolução normal de qualquer língua viva, implicando a conjugação com as outras disciplinas e saberes, como a linguística, a fonética, a semântica, a etimologia, etc.
Este acordo de lesa-identidade representa um verdadeiro crime contra a nossa Nação e tem culpados: Cavaco Silva e Pedro Santana Lopes, ao cozinharem este acordo; Sócrates, ao defendê-lo com unhas e dentes e aplicá-lo; Passos Coelho, ao torná-lo obrigatório em vez de o revogar; a esquerda e a extrema-esquerda parlamentares, que ou votaram a favor do “Acordo” ou nunca tentaram efectivamente bloqueá-lo; aqueles para quem este “Acordo” é um negócio que vai gerar ou já gerou milhões; e, por último, os muitos portugueses que, por cobardia e cumplicidade, mesmo discordando de tal aberração lhe obedecem sem que a tal sejam obrigados pelas respectivas entidades patronais.
Quanto à possibilidade de um referendo, o PNR considera que as questões relacionadas com a nossa identidade, enquanto povo, jamais devem ser referendadas, pois são demasiado sagradas para dependerem de vontades passageiras. Contudo, tratando-se de uma questão fracturante da sociedade como esta, não seria de admirar que o povo fosse consultado. Ora, certamente por saberem que a maioria da população portuguesa está contra esta mudança (75% segundo as sondagens), os políticos resolveram não referendá-la. Eis este regime mentiroso em todo o seu esplendor, com a sua tão apregoada democracia, mais concretamente a “democracia-só-para-quando-lhes-dá-jeito”.
O PNR sempre se manifestou contra (mais) este atentado à nossa identidade e soberania, em textos e na rua. E não se cansa de o fazer! Connosco, este “Acordo” infame seria rasgado na hora! Não sendo isso possível, por não depender da nossa vontade, apelamos à desobediência por parte de todos aqueles que discordam desta famigerada imposição. Não escrevam mal, como nos querem obrigar. Escrevam bem, em Português! Deixem de comprar jornais, revistas e livros até que estes reponham a verdadeira língua portuguesa, sob pena de irem à falência. Há que levar as coisas a sério e ser-se consequente com o que se pensa e defende!


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