Ontem, e mais uma vez, o teatro instalou-se na Assembleia da República e com vasta assistência no interior e exterior. Alguns dos espectadores, para além de lugar marcado, tiveram ainda direito a transporte pago nos autocarros de algumas Câmaras CDU (a sigla com a qual o PCP se camufla) e PS.
No teatrinho do faz-de-conta, a coligação da chamada direita, PSD/CDS foi afastada do poder, cabendo agora ao PS fazer de conta que é governo, neste cansativo alterne, desta vez com uma muleta em muito mau estado, cedida pelo PCP e BE. Ao PSD/CDS cabe-lhe agora fazer de conta que é oposição.
«Tudo como dantes, Quartel-general em Abrantes». Se o programa de governo do PSD/CDS, mais parecia o programa eleitoral do PS, o programa de governo do PS, mais parece uma manta de retalhos com tratamento final a realizar em Bruxelas.
No fundo, trata-se e tratou-se da velha luta pelo poder, pelos interesses de grupo, pelo assalto ao tacho e nada mais.
Se as propostas da “frente de esquerda” parecem trazer mais umas migalhas, carregam também o espectro de atraírem de volta a Tróica, pois por um lado não explicam ou não é claro onde vão buscar o dinheiro para o prometido, e por outro também não é certo que o pouco que vão meter no bolso dos portugueses possa revitalizar a economia. Ao aumento do consumo interno é preciso fazer crescer a produção e, não havendo medidas concretas de apoio à mesma, «o tiro sai pela culatra» e vamos assistir ao aumento das importações e, por isso, da saída de dinheiro para o estrangeiro, com o pouco mais que vão dar aos portugueses.
Depois, e mais uma vez, vão colocar os trabalhadores do sector privado contra os do sector público, ao pensar em privilegiar os últimos, com o intuito de acalmar os burocratas dos sindicatos.
Por fim, vamos ter PCP e BE a apoiar o Governo PS (pelo menos no início) durante a semana e promover manifestações ao fim-de-semana. Vamos ter um governo mais definitivo do que o do PSD/CDS, mas tão provisório quanto o mesmo. Ao mínimo agravo que façam, a extrema-esquerda vem com uma moção de censura, juntando-se à vingança do PSD/CDS, fazendo cair o governo e a consequente convocação de eleições.
Mais uma vez, quem vai pagar a crise, quem vai estar na berlinda são os mais desfavorecidos, os trabalhadores, os pequenos e médios empresários. O grande capital tem os paraísos fiscais para salvaguardar os seus lucros, as grandes fortunas vão continuar a mover influências e a controlar o poder e a classe política do sistema a manter as suas mordomias, a traficar influências e a praticar toda a espécie de corrupção e imoralidade.
Entre a esquerda e esta direita as diferenças estão ao nível do caminho utilizado, porque o fim é exactamente o mesmo: políticas anti-nacionais rumo ao abismo.
Repare-se que, quanto às mordomias de que gozam os políticos e toda uma classe de assessores, boys e jobs, nem uma linha há, para que hajam alterações.
Repare-se que, até no que toca à questão dos refugiados, da imigração descontrolada e das fronteiras abertas, desde o CDS até ao BE, todos afinam pela mesma bitola.
Repare-se que estão sempre prontos para defender o sistema que criaram e que lhes dá a “liberdade e democracia” para todos eles e para este vergonhoso “fartar vilanagem” das últimas décadas.
Os nacionalistas renovadores estão fora deste peditório! Não nos peçam para apoiar uns, só porque vêm aí os outros.
Nós defendemos uma política baseada na harmonia social, na colaboração de todos para o bem-comum. Defendemos a produção nacional, o pleno emprego, os ordenados justos, os trabalhadores empenhados e os empregadores reconhecidos. Somos os únicos a defender a nossa Identidade e Soberania.
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