Em Portugal só há um grupo de portugueses que sabe medir com 100 por cento de eficácia o crescimento ou retracção da economia: os contribuintes. Todos os políticos, comentadores e analistas que por aí surgem na praça são simplesmente ridículos e nem sabem que o são.
Todos podem formular as suas opiniões, justificar números e cifras, e fazer projecções, mas em última análise são as famílias portuguesas que bem sabem quanto a vida custa. Quanto o dinheiro está caro. Não há neste momento ninguém com credibilidade (no País ou no estrangeiro) para falar sobre economia ou finanças. Estamos entregues à bicharada e só podemos contar com o dinheiro que temos no bolso.
E que medidas é que poderão fazer parte deste plano B português? Nem Mário Centeno, nem os outros responsáveis políticos europeus quiseram avançar com ideias. Os mercados irão ditar as reformas a seu tempo. E os contribuintes portugueses irão uma vez mais pagar a factura.
Afinal, qual é o grande problema, pergunta – e bem – o leitor. A questão de fundo é que a economia portuguesa cresceu 0,2 por cento nos últimos três meses do ano, um resultado que confirma o desempenho mais fraco registado na segunda metade do ano passado e que representa o segundo trimestre consecutivo de desempenho mais fraco do que a média da zona euro. A variação do PIB no total de 2015 foi de 1,5 por cento. Depois de ter registado nos dois primeiros trimestres do ano um crescimento do PIB em cadeia de 0,5 por cento e de ter estagnado no terceiro trimestre, a economia portuguesa voltou no quarto trimestre a uma variação positiva. O valor conseguido, de 0,2 por cento, é, contudo, mais moderado do que o apresentado no início do ano.
Ou seja, percentualmente continuamos com uma dívida extremamente elevada em relação ao nosso Produto Interno Bruto.
Os mercados não perdoam e as taxas de juro que vinham a descer já galopam como cavalos selvagens. O ministro alemão das Finanças já manifestou “preocupação” e “tristeza”, pela subida das taxas de juro de Portugal. Wolfgang Schäuble espera que os problemas com o país “não voltem a aparecer”, especialmente porque até aqui, Portugal “estava” no bom caminho. Ainda que a Alemanha seja uma das beneficiadas com a crise nacional.
Nem tudo são notícias más. Ainda que valha de pouco, parece que a economia portuguesa é a 29.ª economia mais inovadora do mundo. A conclusão é da Bloomberg, que divulgou o ‘ranking’ dos países que mais ajudam o desenvolvimento e criação de novas ideias, com destaque para o sector da tecnologia.
Sem comentários:
Enviar um comentário