1 de março de 2016

Dia D para a democracia na América

Hoje, terça-feira, milhões de cidadãos dos Estados Unidos da América vão escolher quem desejam que seja nomeado como candidato republicano e como candidato democrático à Presidência da república mais poderosa do planeta.
Nos Estados Unidos, onde as máquinas partidárias não são tão poderosas como na Europa (e especialmente em Portugal), os nomeados pelos partidos para concorrerem ao cargo de Presidente dos Estados Unidos são escolhidos por delegados eleitos por voto popular. A única excepção a este caso são os “super-delegados” do Partido Democrático dos EUA, que podem votar como quiserem.
A nomeação por um dos dois principais partidos dos EUA é literal- mente meio caminho andado para a Presidência, pois nenhuma outra organização no país tem o poder de fazer campanha em todos os 50 Estados da união americana. Todos os presidentes desde 1860 foram nomeados ou pelos republicanos ou pelos democratas, logo sabe-se que um dos dois nomeados será certamente Presidente dos Estados Unidos.
À data do fecho desta edição, Donald Trump, o controverso magnata do imobiliário, lidera a eleição primária republicana, com 81 delegados já garantidos, mais do que os dos seus adversários todos juntos. No entanto, precisa de 1.237 delegados para vencer a nomeação, logo esta ainda está longe de conquistada.
Os seus principais adversários são Rafael “Ted” Cruz, da ala religiosa e conservadora do Partido Republicano, e Marco Rubio, elemento mais moderado e apontado como favorito pelas figuras mais importantes do partido para ser a alternativa a Trump. Também na corrida está John Kasich, uma figura mais centrista, mas que não conseguiu conquistar um significativo apoio popular, e Ben Carson, o neurocirurgião que ficou conhecido pelas suas opiniões ultra-religiosas.
Donald Trump é considerado o grande agitador da corrida republi- cana. Algumas das suas propostas incluem a deportação de milhões de imigrantes hispânicos, a construção de um muro na vasta fronteira dos EUA com o México que, segundo o próprio, seria pago pelo Governo mexicano, e a aplicação de uma pesada taxa alfandegária sobre os produtos importados da China.
Apesar de os republicanos moderados discutirem frequentemente sobre como derrotar Trump, o cam- po moderado encontra-se dividido e enfraquecido por um enorme descontentamento popular com os políticos de carreira. O Congresso dos EUA tem uma taxa de aprovação extremamente baixa, entre os 9 e os 11 por cento. Os americanos consideram as baratas, os vendedores de carros usados, os exames à próstata, os engarrafamentos trânsito e os árbitros de futebol infinitamente mais agradáveis do que os legisladores em Washington. Segundo a conceituada empresa de estudos de opinião Rasmussen, 61 por cento dos norte-americanos consideram que os políticos de carreira são corruptos e que vendem o seu voto aos grupos de pressão.

Sem comentários: