“Não fui notificado…” O mês de Fevereiro termina com a notícia de que Passos Coelho acumulou dívidas à Segurança Social entre 1999 e 2004, enquanto era deputado. O Primeiro-Ministro afirma que nunca foi notificado da dívida, o que denota tratamento preferencial por parte da Administração. A dívida prescreveu em 2009, mas acabou por ser paga já este mês, depois de o governante em questão ser confrontado pela imprensa.
Em 2007, Passos Coelho ganhava mensalmente 7.975 euros como administrador das empresas Gestejo, Ribtejo e Tejo Ambiente, do grupo Fomentinvest, liderado por Ângelo Correia. Era ainda consultor da Tecnoforma, na empresa LBN e na associação Urbe. Na altura dos factos, estavam no Governo Durão Barroso e Bagão Félix, conhecido pelos seus truques contabilísticos nos Orçamentos Gerais de Estado. O ministro Pedro Mota Soares veio de pronto justificar o injustificável, dizendo que os cidadãos não podem ser prejudicados por erros da administração pública. Ora, isso acontece diariamente, com prejuízo de milhares de famílias, com penhoras de casas, de bens, de salários, de poupanças de uma vida. Uma vez mais, fica demonstrado que nesta democracia abrileira, criada em nome da igualdade, existem filhos e enteados.
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